Por que esse vício
De ir embora quando acordo?
Pois agora eu quero sentir
O roçar dos nossos ossos
Expostos pela fricção da pele seca.
Por que me dizer
Que teu perfume funciona?
Pois agora eu quero cheirar
O azedo que te escapa a pele
E apodrecer minha narina farejando teu azedume.
Por que piscar e comentar
Se alguém te olha?
Pois agora eu quero ver
O mesmo palpite de sua boca
Pulsando fora o sangue de minhas veias.
Por que atender as ligações
Longe de mim?
Pois agora eu quero ouvir
O som da tua trapaça
Ecoando nesse tímpano ultrapassado.
Ecoando nesse tímpano ultrapassado.
Por que não me beija
Quando estou suado?
Quando estou suado?
Pois agora eu quero provar
O amargo desse suor negro
Infectar essa língua virgem de deleites.
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